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45 dias de suspense

15 jul
Há tempos venho pesquisando sobre o ‘Mestre do Suspense’, suas técnicas cinematográficas que prendem o espectador com os olhos fixos na tela com as melhores e mais refinadas tramas. Terror sutil, perspectivas de câmera inovadoras para época, fixação por loiras e manias, manias, manias (não sei por que, mas me identifiquei um pouco…).
No dia 21 de junho não aguentei a curiosidade, deixei alguns afazeres de lado e decidi começar a assistir a filmografia de Alfred Hitchcock. Missão não muito fácil, porque alguns filmes estão fora de catálogo, outros se perderam no tempo. Porém vou assistir somente os filmes que Hitch atua como diretor, excluindo os primeiros mudos do início da carreira, década de 20, quando ele atuava como designer de títulos, diretor de arte e diretor assistente. São 78 obras no total, incluindo estes primeiros, alguns curtas-metragens e 17 episódios que ele dirigiu da série Alfred Hitchcock Presents, que foi ao ar de 1955 a 1961 e os episódios dirigidos por ele das séries The Alfred Hitchcock Hour, “I Saw the Whole Thing” (1962), “Four O’Clock” (1957) da série Suspicion e “Incident at a Corner” (1960) da série Startime. Além do documentário sobre o Holocausto “Memória dos Campos” (1945). Então, excluindo os de direção de arte e direção assistente, tenho 61 filmes e 19 episódios para assistir.
As obras de Hitchcock atravessaram o tempo, até hoje são referências no gênero e inspiram novos cineastas (que claro, nunca terão a genialidade de Hitch, but…). Muitos dos filmes são considerados grandes clássicos do cinema mundial. Sem falar na fotografia deles, que certamente merecia um prêmio à parte. O gordinho simpático (se bem que há quem pense o contrário e não o considere tão simpático assim) foi um cara ousado para época, trouxe para as telas muitas inovações e causava um reboliço com os críticos daquele tempo, ao apresentar cenas de beijos com mais de três segundos (oooh!) e nudez parcial.
Do primeiro dia até hoje consegui assistir 13 obras (número significativo!). Ao contrário da maioria dos fãs de Hitchcock, eu preferi começar pelos filmes menos badalados (somente Os Pássaros que eu não resisti e acabei olhando antes). E engana-se quem pensa que por ser o ‘Mestre dos Suspense’ é fácil encontrar seus filmes. Claro que os mais famosos como Psicose (1960), Os Pássaros (1963) e Um Corpo que Cai foram fáceis, e quase todos os filmes mudos da carreira de Hitchcock são de domínio público e estão disponíveis na internet, porém alguns do período inglês tive que buscar em sites especializados, alguns comprei, outros consegui baixar da internet. Meu maior problema foi encontrar os longas-metragens com legendas em português. Tive sorte, pois muitos dos filmes do cineasta estão disponíveis em idioma espanhol, o qual entendo bem.
A meta é, até o final das minhas férias de inverno, que vão de 21 de julho a 04 de agosto ter assistido toda a filmografia. Mas sei que é pouco tempo. Para me motivar – se bem que nem precisa muito, pois as obras por si só são tão interessantes que deixam sempre com vontade de assistir outro e mais outro, fiz uma espécie de TOP 13, em ordem de preferência, por sinal, contrariando ordem de preferência da maioria dos outros fãs de Hitch.
Top 13 Hitchcock 
 
1- Psicose
2- Os Pássaros
3- Interlúdio
4- A Dama Oculta
5- Quando Fala o Coração
6- Os 39 Degraus
7- Correspondente Estrangeiro
8- Festim Diabólico
9- Rebecca, a Mulher Inesquecível
10- Agonia de Amor (O Caso Paradine)
11- A Estalagem Maldita
12- The Pleasure Garden
13- Mulher Pública
Depois que assistir todos os filmes da meta, farei um post do Top 10 da carreira de Hitchcock e quem sabe até coloco aqui os traillers oficiais e uma pequena resenha de cada um. Mas isso é assunto para beeem mais adiante.

A Jasmine de cada uma de nós

24 jun

No feriado assisti ao último filme do Woody Allen lançado no Brasil, Blue Jasmine (EUA, 2013). Como a maioria dos filmes de Allen, esse também tem bons diálogos e uma trama inteligente tratando de questões tão presentes na atualidade como relacionamentos superficiais, traições, supervalorização do dinheiro, corrupção e claro, mulheres insanamente adoráveis.
Cate Blanchet está impecável no papel de Janete (que vira Jasmine para ter mais glamour). Ela representa uma mulher que esqueceu o passado e aceitou viver uma vida de luxo ao lado do marido Harold Francis (Alec Baldwin) fechando os olhos para todo o tipo de corrupção, inclusive ao dar um golpe em sua própria irmã Ginger (Sally Hawkins) e no marido dela Augie (Andrew Dice Clay) que acabam de ganhar uma fortuna e são convencidos por ela de que “Hal” (Harold) poderia ajudá-los a investir melhor o dinheiro. Os dois acabam perdendo tudo.
Essa mesma irmã é quem acolhe Jasmine depois que o marido é preso e o governo bloqueia todos os bens do casal. Jasmine não tem para onde ir, então recorre a última pessoa que ainda tem no mundo. Ginger passa por cima de tudo o que aconteceu no passado e recebe a irmã em sua modesta casa, ajudando-a a ir levando os dias. O resto não vou contar para não acabar com a surpresa de quem não viu ainda, mas o que posso dizer é que Jasmine é uma mulher tão humana como todas nós, cheia de pequenas crises, cenas que com certeza farão quem está do outro lado da tela dar muitas risadas e se emocionar com os momentos obscuros de delírios da protagonista.
Jasmine é uma personagem que reúne muitos dos dramas femininos na atualidade. Ela é traída, vê seu relacionamento terminar escandalosamente. Assim como uma mulher real, sente raiva e muitas vezes não consegue controlá-la, como no momento em que se vinga do marido após saber de uma das traições, entregando- o à polícia mesmo sabendo que sua vida desmoronaria junto. Ela também sofre com as frustrações de não saber o que fazer de sua vida a partir de então. É assediada no trabalho, vê um novo relacionamento exatamente como ela tinha sonhado iniciar e devolver a ela a chance de se sentir feliz ao lado de alguém de novo. Porém com a mesma rapidez que começa também termina, de forma desastrosa. Ela sofre para se adaptar à sua nova realidade, ela chora, ela faz os outros sofrerem, ela surta. Paga caro por todas as escolhas que fez.
Dos filmes de Allen que já assisti, com certeza este não é o melhor, mas agrada por diversos motivos, entre eles porque Jasmine é uma mistura de dramas e comédias. Uma mulher que não sabemos se vamos odiar ou amar. É possível que agora mesmo do seu lado, ou em algum momento de sua vida, você vá encontrar uma Jasmine, mas não se assuste! Ela consegue ser boa e má ao mesmo tempo. Detestável e encantadora, basta escolher com qual delas você vai ficar.
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