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La linda*

23 maio
                       
Plaza 9 de Julio: um lugar para relaxar e aproveitar a companhia dos amigos 
                       Salta, no noroeste argentino, tem ares de cidade pequena, daquelas que as pessoas caminham pelas ruas despreocupadas com o tempo, mesmo que sua população seja de mais de 460 mil habitantes. As ruas arborizadas e floridas ganham um acréscimo no colorido com os risos, as vozes e a música nas praças da cidade. E quantas praças! Nelas, todas muito bem cuidadas, as pessoas sentam na grama para saborear um mate e uma boa conversa entre amigos.
                               No entorno da Plaza 9 de Julio, uma das principais da cidade, há muitas igrejas, como a Catedral Basílica de Salta y Santuario del Señor y la Virgen del Milagro, que encanta pela arquitetura histórica em estilo Barroco do final do século XIX e pelo seu interior, com uma decoração de deslumbrar até quem não tem a mínima afinidade com a religião.
A fachada da Catedral Basílica de Salta com sua charmosa arquitetura

O interior da Catedral Basílica de Salta com traços Barrocos
                               Ao chegar nessa mesma praça onde está situada a Catedral, ao longe em um táxi se escuta a famosa canção do folclore argentino “Merceditas”. A versão original, um pouco diferente do famoso chamamé que conhecemos aqui no sul do Brasil, traz a mesma letra de um amor que o tempo não apagou. Logo o táxi é ocupado e se vai com a melodia suave que deu o tom que é a cara de Salta- agradável e bonita.
                               Não é a toa que Salta é conhecida como “La Linda”, “La Formosa” ou “La Hermosa”. Ela faz por merecer todos os adjetivos que indicam sua beleza. O teleférico, um dos atrativos turísticos mais visitados, dá uma ideia de toda a formosura do lugar, visto de cima. Talvez não só pela composição de seus espaços, dos muitos museus e locais destinados à cultura e arte Salta seja “Formosa”, mas também pelo acolhimento do povo saltenho, que é um encanto extra. Do alto da janela de um prédio na Rua Caseros ouve-se um sonoro ¡Hola! Um senhor, já com certa idade, cumprimenta os visitantes que estão passando.
Paseo Balcarce: onde a noite saltenha acontece

                               Se Salta mostra sua graça natural durante o dia, com as luzes da noite ela fica ainda mais atraente. A vida noturna na cidade é agitada, no Paseo Balcarce, uma via cheia de bares, pubs e casas noturnas de ambos os lados da rua, é possível experimentar um pouco de cada estilo. Nesse ritmo de descontração não se pode ir embora sem provar a cerveja mais apreciada da região a ‘Salta Rubia’. 
A Salta Rubia, cerveja fabricada na cidade 
*Este relato de viagem foi publicado na Revista Usina da Cultura do mês de maio, confira na íntegra: 
** Texto e fotos: Karine Klein

Argentina- País de cultura hermana

3 maio
Na última postagem de viagem relatei um pouco sobre como foi conhecer o Deserto de Atacama, no Chile. Tão impressionante quanto o deserto foram os lugares que encontrei na Argentina. Selecionei o que mais me chamou a atenção pela beleza e por ser tão inacreditável que não parece de verdade. 
Um arco-íris na terra

A Quebrada de Purmamarca é como se fosse a tela e O Cerro de los Siete Colores as tintas, mostrando a natureza em forma de arte


O Cerro de los Siete Colores integra o conjunto de montanhas da Quebrada de Purmamarca, situada na província de Jujuy. O cartão postal do noroeste Argentino carrega esse nome por apresentar diversas cores (muitos afirmam enxergar bem mais que sete…). A formação das tonalidades, segundos os entendidos, acontece devido à estrutura geológica e ao movimento tectônico, mas isso é outro assunto, pois ao chegar ao local e avistar a imensidão de cores, os olhos parecem não acreditar no que vêm. Como é de praxe no mesmo momento os turistas começam a contar as cores que conseguem distinguir, como se fosse um arco-íris na terra.
Imagine acordar e ter uma visão dessas na janela de sua casa. É essa a sorte que os moradores do povoado de Purmamarca, situado aos pés do Cerro, têm todos os dias. Um ótimo cenário para deixar a imaginação voar e o encantamento tomar conta. A simpática vila de Purmamarca é um atrativo à parte, as ruelas de chão batido lhe conferem um ar de lugar que parou no tempo, mas em seguida essa sensação é desfeita. Logo se ouvem risos, conversas em vários idiomas e uma mistura de tipos de pessoas, vindos de diversos locais, criando um clima agradável de descontração.
Aos pés do Cerro o povoado de Purmamarca leva a vida com a tranquilidade que só é quebrada quando chegam os turistas
 O colorido do Cerro ao fundo também divide espaço com as cores do artesanato local, espalhadas por todos os cantos. Quanto mais se aproxima das montanhas se vai descobrindo uma nova tonalidade, que alguns metros atrás não era possível enxergar. Nessa atmosfera quase lúdica onde a natureza é apresentada em forma de arte, é instantâneo perder-se em pensamentos e na vontade de ficar mais um pouquinho. E por falar nisso, teve que ficar só na vontade, pois já era hora de voltar pra casa.
Por enquanto fico por aqui, ainda com muitas histórias para contar sobre Peru, Chile e Argentina. Quem sabe numa próxima…
*Texto e fotos: Karine Klein

Chile- Um país delineado pelo deserto*

13 abr
Há algumas postagens contei para vocês um pouquinho do meu encanto ao descobrir o Peru, relatando o passeio no Lago Titicaca e nas Islas Flotantes de los Uros. Desta vez vou falar como foi conhecer o Chile. O que mais me chamou a atenção nesse país, nos lugares por onde passei e nas pessoas que conheci, foi a forma receptiva com que tratam os forasteiros. Porém o lugar que escolhi não foi propriamente onde conheci pessoas, mas sim um lugar que me deixou estupefata diante da imensidão e beleza. O Deserto de Atacama.
No meio do deserto tinha uma mão…
A Mão do Deserto torna o Atacama uma parada obrigatória no Chile
O Deserto de Atacama tem cerca de 200 Km de extensão e é considerado o mais árido e alto do mundo. Fica no norte do Chile até a fronteira com o Peru. Uma das atrações dele é La Mano Del Desierto, uma escultura com 11 metros de altura, que fica a 75 km ao sul da cidade de Antofagasta, na Rodovia Pan-Americana.
A Mão do Deserto feita pelo artista chileno Mario Irarrázabal foi confeccionada a base de ferro e cimento e inaugurada em 28 de março de 1992. Alguns consideram como intenção de Irarrázabal retratar um gigante saindo da terra, outros afirmam que a ideia era representar uma pessoa em meio a uma tempestade de areia, quando somente uma das mãos ainda não estava soterrada. Histórias a parte, o que se sabe ao certo é que La Mano Del Desierto é um monumento grandioso e impactante que chama ainda mais a atenção e aguça a curiosidade de quem avista, por ser o único ao longo de muitos quilômetros de areia.
No alto dos seus 11 metros “La Mano Del Desierto” encanta turistas de todo o mundo
Infelizmente, muitos que passam pela mão, além de levar como recordação as fotos tiradas lá, deixam também marcas desagradáveis, como as pichações. Porém, nada disso interfere diante da originalidade da obra, que torna o Atacama um local ainda mais interessante e prova que se pode fazer arte até no deserto!
Na próxima postagem de viagem, chegamos à Argentina. Continue acompanhando!
Depois de percorrer muitos quilômetros só vendo areia, de longe ela chama a atenção pela originalidade

* Este relato de viagem foi publicado na edição de abril da Revista Usina da Cultura, confira matéria na íntegra no blog:
http://www.usinadacultura.com/index.php/se%C3%A7%C3%B5es/pelo-mundo/item/403-chile-um-pa%C3%ADs-delineado-pelo-deserto.html

E em PDF: http://www.usinadacultura.com.br/PDFs/Revista-Usina-da-cultura-abril-2014-web.pdf

**Texto e fotos: Karine Klein

Peru- Diversos cenários no mesmo país*

10 fev
Recentemente viajei, com um grupo bem heterogêneo, para o Peru. Que país lindo! Que cultura riquíssima! Cada lugar que conheci, um mais interessante que o outro, me deixou encantada por suas particularidades. Dentro do mesmo país, vários cenários diferentes. Foi difícil, mas selecionei de todos os locais, apenas um para contar um pouquinho como foi essa experiência. A escolha se deu por ser onde tive bastante contato com os habitantes e a cultura do povo. Começamos então nos Andes, na fronteira do Peru com a Bolívia. Confere aí!
Ilhas flutuam debaixo do céu azul  

Além de ouvir as histórias e admirar as belezas do local, os visitantes também são convidados a provar o sabor da Totora
                               
As Islas Flotantes de los Uros são um conjunto Ilhas artificiais feitas de Totora (nome científico: Scirpus californicus), uma planta cujo talo pode medir de um a três metros de altura. Essas ilhas estão localizadas no Lago Titicaca, que é o lago navegável mais alto do mundo, com 3.821 metros acima do nível do mar e também, o segundo maior em extensão da América Latina, com 8.300 km quadrados, perdendo apenas para o Lago de Maracaibo, na Venezuela.
O Titicaca está localizado na fronteira entre Peru e Bolívia. Em Puno, no Peru, é possível pegar uma embarcação que leva até essas ilhas. Aos poucos a costa vai se afastando e cerca de 1h30min depois chegamos até uma das ilhas flutuantes e fomos recepcionados pelo presidente da comunidade. Cada ilha tem o seu próprio presidente, o “mandato” dura um ano e todos os moradores, inclusive as mulheres, têm a oportunidade de exercerem o cargo, se quiserem. A eleição é feita abertamente.
Após sentarmos em círculo, o presidente explicou detalhadamente o modo de vida dos moradores dos Uros. As mulheres confeccionam os coloridos tapetes e mantas bordados, as miniaturas dos barquinhos de Totora e muitos outros artesanatos que encantam quem visita as ilhas. Os homens pescam e caçam, e claro, exploram o turismo, que nas últimas décadas tem crescido muito por lá. O contato com o povo dos Uros e sua cultura é uma experiência muito enriquecedora.
O presidente de uma das ilhas fez questão de explicar como é o dia-a-dia dos habitantes que flutuam sobre o Titicaca
A principal fonte de renda das famílias que vivem nas ilhas flutuantes vem da exploração do turismo e do artesanato 
É o presidente também que dá uma demonstração de como são construídas as ilhas, desde como se unem com cordas as Totoras, até o motivo pelo qual elas não vão parar lá do outro lado, na Bolívia, durante a primeira tempestade: as âncoras, suportes feitos com hastes de madeira, fixados no fundo do lago, que garantem a flutuabilidade sem expor os nativos dos Uros a nenhum risco.
Depois de todas as explicações e de provarmos o gosto da Totora: parecido com o gosto da cana de açúcar, só que sem açúcar (hehe!) somos convidados a navegar pelo Titicaca num barco feito da planta, remado pelo próprio presidente. Uma honra!
O passeio em um  Caballito de Tototora empolga quem visita os Uros
A sensação é incrível! O Caballito (como eles chamam os barcos feitos de Totora) vai rasgando o lago suavemente, enquanto o azul escuro do céu é refletido na água. E que azul! Um ótimo momento para relaxar e refletir.
No retorno, as cholas (mulheres de descendência Aimará, que usam as vestimentas tradicionais e muito coloridas) e algumas crianças nos recepcionam cantando uma cantiga em quechua e acompanhando nas palmas. Tem como não se sentir acolhido?
Na volta do passeio de barco fomos recepcionados com a música e o carinho das cholas

Na próxima edição seguimos com o relato de viagem para o Chile. Não perca!

*Este relato de viagem foi publicado na edição de março da revista Usina da Cultura, confira na íntegra no blog:
http://www.usinadacultura.com/index.php/se%C3%A7%C3%B5es/pelo-mundo/item/345-peru-diversos-cen%C3%A1rios-no-mesmo-pa%C3%ADs.html

E em PDF:
http://www.usinadacultura.com.br/PDFs/Revista-Usina-da-cultura-Marco-2014-web.pdf

**Texto e fotos: Karine Klein

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