Eu sempre gostei de mexer na terra. De literalmente por a mão na massa. Acordei na segunda-feira, 21, com uma vontade de fazer algo diferente. Aqueles dias que não se sabe o porquê, mas são mágicos. Tomei café da manhã e fui até a janela. Estava um dia como qualquer outro, porém a brisa beijou meu rosto, como um convite para sentir aquele momento com tudo que tem direito. Respirar o dia. Sentir o colorido daquela manhã, com os olhos, o olfato e o coração. Assim foi meu primeiro dia de férias. A primeira coisa que vi quando abri a janela foi uma rosa resistindo bravamente ao frio dos últimos dias. Decidi. Queria dar mais vida ao inverno. Fui plantar flores!
Não sabia onde nem como, nunca havia plantado nada antes. Porém sabia que se plantasse em algum canteiro, no solo, na primeira geada minhas lindezas morreriam. Seria trabalho perdido. Então à tarde comecei a preparar tudo. Garimpando no ‘escritório de bagunças’ do meu pai encontrei uma caixa de madeira dessas de feira, bem velha e desgastada pelo tempo. Plim! Veio a ideia! Decidi fazer, à minha moda, uma floreira para colocar debaixo da janela do meu quarto. Ali as flores ficariam abrigadas e protegidas das baixas temperaturas e durante todo o dia o sol bateria ali para aquecê-las e um ventinho para ajudá-las a ‘respirar’. Com a ajuda do pai, serramos a caixa ao meio, lavei e deixei secar. Depois de seca, em vez de lixar – queria um ar rústico, já fui logo pintando a primeira demão de tinta.
O único problema de não lixar é que a madeira absorve bastante tinta e é necessário no mínimo três demãos. Usei tinta acrílica a base d’água Renner Premium, cor branca, alto brilho que é fácil de preparar até por quem, assim como eu, não tem lá muita habilidade.
Enquanto esperava os intervalos entre as demãos e a secagem definitiva da tinta, fui para parte que achei mais interessante: escolher as flores. Cheguei à Floricultura (aquela ao lado do CTG, em São Francisco de Paula) e expliquei ao senhor que me atendeu a minha necessidade de flores que se adaptassem bem a vasos pequenos. Ele me mostrou várias, explicou como deveria fazer e acrescentou que esse é um ótimo momento para plantar, pois as flores cultivadas agora abrirão logo mais, na primavera.
Escolhi duas mudas de Mini Amor-Perfeito (só porque achei o nome uma graça) uma amarela e outra roxa. Pimentinha Vermelha, Boca-de-Leão cor-de-rosa e Flor-de-Mel (porque o cheirinho é delicioso).
Os vasinhos também foram ao estilo Do It Yourself. Sabe o iogurte Nestlé Chandelle Sensação que tem o potinho cor-de-rosa? Pois é, os potinhos viraram vasinhos bem estilosos. Já os branquinhos são de material acrílico comprados bem baratinho no bazar Super 1,99 (aquele próximo à Livraria Miragem).
Depois de plantar as flores nos vasinhos, tive que pensar no suporte para floreira, em como fixa-la junto soleira da janela. Voltei ao ‘escritório de bagunças’ do meu pai e encontrei barbantes em chicote PEAD. Juntei três pedaços e trancei, depois repeti o procedimento com mais três pedaços. De forma que fiz duas tranças de 40 cm de largura cada.
Depois de seca a tinta, amarrei uma trança de cada lado, formando duas argolas e preguei na parede.
Antes de colocar os vasos na floreira já fixada na parede, achei que deveria identificar as flores, cada uma com uma plaquinha. Tinha em casa, não sei por qual motivo, palitinhos de picolé que na papelaria custam poucos centavos. Então peguei canetas do tipo finepen 0.4 e deixei a criatividade tomar conta:
– Pimentinha: Xô Inveja;
– Boca-de-Leão: Para o sorriso ser maior ainda;
-Mini Amor-Perfeito: Porque não importa o tamanho do amor;
– Flor-de-Mel: Para adoçar a vida;
– Cacto do Campo: Para que os espinhos virem passarinhos (o cacto foi um presente que tinha há tempos, resolvi juntá-lo às flores para dar uma variada).
E por fim, só coloquei as plaquinhas nos vasos e eles na floreira e ficou pronto. Meu jardim de inverno. As flores representam os bons sentimentos e a certeza de que mesmo que o clima agora esteja gelado, logo elas florescerão, ao primeiro sinal da primavera.
Blábláblá