Com a entrada da primavera, além da beleza das flores, do frescor do ar e da brisa leve; os dias ganham um colorido especial. Renascem os sonhos, brotam os bons sentimentos e desabrocham as esperanças. Na primavera a vida floresce!
O mundo dos outros
19 setExiste um lugar completamente inacessível: o mundo dos outros. Nesse lugar nem que seja convidado não é possível entrar. Sempre ficará uma parte de fora. Muitos até têm a ilusão de que conseguem, mas isso não acontece. Cada um tem o seu e se refugia nele quando precisa. É como um habitat particular em que não cabe mais ninguém a não ser a pessoa que o criou.
O mundo de cada um é onde ficam todos os sonhos frustrados, as decepções, os amores contrariados, enfim, tudo aquilo que a gente quer esconder das outras pessoas. Mas lá ficam também aquelas recordações maravilhosas de momentos que nem cem anos seriam capazes de apagar. Lá ficam os cheiros que nosso olfato sentiu e que fizeram o coração disparar, fica o ruído das vozes que nos fizeram estremecer e até a sensação única e indescritível de ser a gente mesmo, com todos os defeitos que ninguém conhece tanto como quem os carrega. Portanto lá ficam sentimentos que nem se quiséssemos e permitíssemos, quem está de fora não entenderia. Por esse motivo, nunca ninguém além do ‘dono do mundo’ poderá entrar.
Nesse universo particular ficam os pequenos – e muitas vezes bobos – prazeres pessoais, como cumprir uma meta que foi estabelecida consigo mesmo e que ninguém mais tomou conhecimento. Fica assistir diversas vezes o mesmo filme. Quem mais aguentaria isso além da pessoa? Ficam as histórias que viveu na infância e tudo que naquela época parecia ter um tamanho muito maior do que o que de fato tem. No mundo exclusivo que cada um cria ficam guardados para a gente e só para a gente aquilo que realmente pensamos das pessoas, quem verdadeiramente nos inspira e as sensações que nos causam. E muitas vezes, por mais que tentemos exteriorizar… não é possível.
O esforço que fazemos para que aqueles que amamos participem nas variadas esferas das nossas vidas é genuíno, porém existe um limite para ele, é quando esbarramos na nossa “bolha”, porque não adianta negar, em maior ou menor grau, todos têm a sua, por mais limitado que seja o nível de introspecção de cada um, todos temos. Quando nos damos conta disso é que percebemos que às vezes é mais interessante deixar algo subentendido do que tentar a qualquer preço que os outros entendam aquilo que muitas vezes nós mesmos não entendemos, ou não sabemos explicar.
As pessoas, em geral, imaginam que os loucos são loucos porque criaram um mundo paralelo ao ‘mundo real’, um mundo só seu, e vivem nele. Eu penso que os loucos só ficaram assim porque não desenvolveram o suficiente seu mundo particular e vivem nessa ‘realidade’ da qual a maioria das pessoas tenta fugir criando seu próprio mundo.
Talvez a louca seja eu.
Mas eu tenho o meu próprio mundo e nele também ninguém além de mim entra. Uma parte dele eu abro para as pessoas que eu amo e confio, mas somente um pedaço. Tem um lugar, um lugarzinho bem escondido, bem lá no fundo e é ali que é o meu universo particular. Mas lá tem uma placa bem grande escrito “Não ultrapasse”. Não permito estranhos no meu mundo…
Jornalismo Investigativo em pauta- entrevista com Giovani Grizotti
3 setA entrevista a seguir foi realizada por mim no dia 26 de setembro de 2013 para a disciplina de Radiojornalismo II da Unisinos, sob orientação do professor Sérgio Francisco Endler e técnica de Cláudio Cunha Santos. Neste dia tive a oportunidade de entrevistar um dos meus ídolos no jornalismo. Confere aí.
Blábláblá